Sem água não há vida. Porém, excesso de água também não é bom. O segredo está na quantidade certa.
No caso do seu jardim, esta quantidade pode ser calculada e expressada em milímetros de lâmina de água por unidade de tempo.
As plantas tem o costume de evapotranspirar. Este processo começa na folhagem e depende de alguns fatores. Entre eles a temperatura e a umidade relativa do ar, a quantidade de água disponível no solo e a saúde e desenvolvimento da planta.
Nesta região um gramado saudável e fechado evapotranspira na média, na época mais crítica do ano, em torno de 4 mm de lâmina de água por dia. Um gramado de 1.000 m² consome então, nessa época, 4 m³ de água por dia.
Para manter o seu jardim em boa forma, este consumo deve ser equilibrado na base da mangueira, ou melhor, através de um sistema de irrigação.
Na irrigação ocorrem perdas. Nem toda água aplicada chega ao sistema radicular da vegetação. Uma parte já evapora no ar enquanto outra parte percola até onde os raízes não se ramificam. As perdas devem ser compensadas. Num sistema de aspersão bem projetado elas não passam dos 25%; uma evapotranspiração de 4 mm por dia deve ser contrabalançado com uma irrigação de 5 mm por dia, ou seja, 4 contra 5 m³ por dia em 1.000 m² de área verde.
A vegetação não consegue evapotranspirar o necessário quando fornecemos uma quantidade de água insuficiente. Com isto, há um acréscimo na temperatura folhar e a foto síntese e a absorção de nutrientes ficam prejudicadas.
Um excesso de água, por outro lado, resulta numa redução da quantidade de oxigênio presente na zona radicular da vegetação. Em contraste com a folhagem, que produz oxigênio a base de CO2 (foto síntese), os raízes precisam respirar para viver. Água em excesso resulta em mortandade dos raízes por afogamento. Além disto, as plantas só conseguem incorporar certos (micro-)elementos por absorção. Excesso de água faz cair a concentração destes elementos no total do volume de água que a planta consegue evapotranspirar e ela começa a sofrer as consequências da insuficiência de tal elemento.
Cada tipo de solo tem a sua característica típica enquanto à quantidade de água que consegue armazenar e disponibilizar. Entre o ponto de murchamento e a capacidade de campo, a planta encontra o volume de água que ela pode consumir. Aproximadamente a metade deste volume (dependendo do solo) a planta consegue usar sem esforço. A irrigação deve manter a umidade do solo sempre neste intervalo de vida fácil.
Através de um análise físico do solo e a instalação de tensiômetros, pode ser determinada a quantidade de água disponível no solo a qualquer momento. Com este método, por enquanto pouco praticado, podemos iniciar e encerrar a irrigação no momento certo.